O Ceará está entre as 15 unidades federativas (UFs) brasileiras que mais apresentam focos de fogo no acumulado de 2024, o dado é apresentado pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A Coordenadoria Estadual Defesa Civil no Ceará (Cedec) aponta que as áreas Noroeste, Sul e Sudeste do Estado são as mais afetadas pelo fogo, com destaque para as cidades de Sobral e Icó como exemplos de maior vulnerabilidade ao fogo nesta época do ano.
De janeiro a outubro o Ceará tem registro de 1.226 focos, sendo 79 desses focos registrados somente nas últimas 72 horas. Entre os estados do Nordeste, o Ceará ocupa a quinta posição no ranking de mais focos no mês de outubro. Os outros estados nordestinos com mais focos de fogo são Bahia (7.445); Piaui (6.365). O levantamento corresponde ao primeiro dia do ano (01/01/24) até o último domingo (13).
De acordo com o tenente-coronel Haroldo Gondim, Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil do Ceará, a ação humana somada a fatores naturais resultam na facilitação de condições para propagação de incêndios.
"A ação humana não chega a ser totalmente a principal causa dos incêndios nesta época do ano, mas representa pelo menos 80% dos motivos pelos quais acontecem os incêndios, às vezes é uma limpeza ou varrição do terreno, a criação de fogueiras, ou até mesmo o descarte incorreto de lixo, tocando fogo nele. Junto a isso, o Ceará registra ventos acima de 30km/h nesta época, a vegetação seca e os dias sem chuva também contribuem com o fogo".
O levantamento também aponta que a região Nordeste é a terceira do país com maiores números de focos de fogo. No acumulado de 2024 foram registrados 30.151 focos de fogo no Nordeste. A região fica atrás apenas do Norte, que ocupa o primeiro lugar da tabela com 101.206 focos e o Centro-Oeste com 67.858 focos.
Apesar dos números de focos, o Ceará ainda se encontra dentro da média histórica de incêndios registrados. O tenente-coronel Haroldo Gondim sintetiza que apesar de um agosto "atípico" a situação estadual está dentro do previsto para esse período.
"Tivemos um agosto atípico, com focos de fogo acima do que era esperado para um mês que não está entre os meses mais quentes do ano, mas o número de incêndios está dentro do previsto e estamos conseguindo controlar quando somos acionados".
O tenente-coronel completa recomendando que sejam evitadas situações que propiciem situações que possam desencadear incêndios que não sejam possíveis de controlar.
"As pessoas devem evitar situações que possibilitem que o fogo se torne descontrolado. Fogueiras para assar alimentos, ou limpeza de terrenos com fogo devem ser evitados. Caso haja uma denúncia de fogo ilegal as pessoas devem usar os números 190 ou 193 para registrar a denúncia e informar as autoridades".
Fogo no Brasil
Entre os 12 países e 1 Guiana localizados na América do Sul, o Brasil é o país com maior número de focos de fogo até outubro de 2024. São no total 226.646 focos, em seguida está Bolívia (85.351) e Venezuela (39.542). A Amazônia e o Cerrado são os dois biomas que mais registram focos de fogo até esse período, com 111.972 e 72.862 focos respectivamente.
Os estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas são os mais afetados, concentrando 49,2% dos incêndios no país. Esses estados estão localizados na Amazônia Legal. Até o mês de outubro de 2024, o Brasil registrou o pior resultado de queimadas. Este é o segundo pior resultado desde 2010, quando foram registrados 269.505 focos de fogo.
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