Itaú aciona ex-diretor e contador por R$ 6,64 milhões

Itaú cobra ex-diretor e contador por pagamentos indevidos de R$ 6,64 mi em pareceres não entregues. Mais um capítulo na disputa judicial.

A imagem mostra a fachada de uma agência do banco Itaú. A placa luminosa azul com o nome “Itaú“ em letras amarelas está fixada em uma parede laranja na lateral de um prédio. A fachada da agência parece ser moderna, com detalhes em metal e vidro. Há uma entrada com rampas de acesso com corrimãos metálicos. A foto foi tirada em um ambiente urbano, com árvores e parte da rua visíveis ao fundo, onde se pode observar pedestres e um carro branco. A iluminação sugere que a foto foi tirada durante o dia ou ao entardecer.
Fachada do Itaú no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro — Foto : Eduardo Anizelli

O Itaú Unibanco intensificou sua disputa judicial contra seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel Lopes, e o contador Eliseu Martins, entrando com uma nova ação judicial nesta terça-feira. O banco busca a restituição de R$ 6,64 milhões referentes a pareceres jurídicos que alega ter pago, mas nunca recebido. Desse montante, o Itaú requer R$ 1,6 milhão de forma imediata, alegando que os valores foram pagos indevidamente a Martins e sua empresa, a Care Consultores.

Esta nova ação se soma a outras acusações já existentes contra Broedel, que deixou o Itaú em julho de 2024 para assumir um cargo no Banco Santander na Espanha. Desde dezembro, ele enfrenta processos por suposta violação de políticas internas e legislação, agindo em conflito de interesses e em benefício próprio em sua relação com Martins. A primeira acusação, do ano anterior, alegava que Broedel se beneficiava de pagamentos feitos ao contador, com quem possuía uma ligação pessoal. Em janeiro, o Itaú já havia requerido R$ 3,35 milhões de Broedel por desvio de poder e gestão abusiva.

Segundo o Itaú, Broedel contratava frequentemente a consultoria de Eliseu Martins, um renomado contador e ex-diretor do Banco Central. A instituição financeira alega que Broedel era sócio de Martins e recebia parte dos pagamentos efetuados pelo banco pelos serviços prestados. Em fevereiro, uma reportagem do Financial Times revelou que Broedel também passou a ser investigado criminalmente por suposta apropriação indébita de fundos. Adicionalmente, o banco obteve uma liminar para bloquear a venda de um imóvel de Broedel em São Paulo, avaliado em R$ 10 milhões.

Tanto Broedel quanto Martins negam as acusações desde o início. O ex-diretor financeiro já classificou as alegações como "infundadas e sem sentido", afirmando ter sempre agido de forma ética e transparente durante seus 12 anos no banco. Os representantes de Broedel reiteraram nesta terça-feira que ele ainda não havia sido notificado oficialmente sobre a nova ação e mantiveram a defesa de sua inocência.

Eliseu Martins também se manifestou anteriormente, afirmando ter uma longa história de prestação de serviços ao Itaú e que sua relação com Broedel era de natureza acadêmica e profissional, tendo trabalhado juntos em diversos projetos. Ele também declarou que o banco estava interpretando mal a situação e se mostrou disposto a reembolsar valores pagos antecipadamente, caso fosse comprovado. Até o momento, Martins não se pronunciou sobre a mais recente ação judicial.

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